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O Ensino na Era Digital

Covid

01/05/2023

As mais recentes tecnologias nas comunicações vêm alterando profundamente o modo como nós passamos a buscar conhecimento e ainda, transmiti-lo. Com a criação e democratização da internet, gadgets que permitem conexão à rede mundial de computadores (World Wide Web), como laptops, smartphones, tablets, entre outros, permitiram que redes sociais e plataformas de ensino se inserirem no cotidiano. Estudantes, pesquisadores e interessados em atualização, ao redor do mundo, foram amplamente beneficiados. A educação se tornou mais acessível e personalizada às rotinas e demandas de cada pessoa.

Na Era Digital, o conteúdo dedicado à Educação é capaz de oferecer acesso a conteúdos de alta qualidade técnica de maneira confortável e instantânea, com conteúdos ao-vivo ou on-demand) , e todos que possuem um dispositivo móvel e acesso à internet têm verdadeiras bibliotecas e produções de todo o planeta nas pontas dos dedos. Localização geográfica e tempo deixaram de ser obstáculos.


No entanto, a educação na Era Digital também apresenta ônus, perigos e desafios. Como podemos garantir a qualidade, veracidade e respaldo científico das informações que estão disponíveis pela web, em mecanismos de busca, perfis em redes sociais e plataformas dedicadas ao ensino?

Acerca disso, a equipe de Comunicação da SAESP conversou com a Dra. Roseny Rodrigues, Anestesiologista no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, e Diretora de Comunicação da SAESP, para descobrir quais critérios podem ser utilizados na busca de informação de qualidade em cursos de medicina. 


SAESP: Quais são as vantagens e desvantagens em buscar atualizações na web?

Dra. Roseny: Eu sempre procuro ponderar diversos aspectos entre as vantagens e desvantagens. Obviamente, o modo digital traz toda a praticidade e rapidez tão necessárias atualmente. Antes do “digital”, por exemplo, quando era acadêmica de medicina, eram necessários meses para eu ter acesso a um artigo científico. Hoje em dia não, eu tenho acesso imediato a todo o conteúdo que eu estiver disposta a obter, de maneira instantânea.

Infelizmente para gerações mais resistentes ao uso de novas tecnologias, sua incorporação em seu dia a dia não é algo fácil. Logo, isso pode se tornar excludente. 

De uma forma geral, eu vejo mais aspectos positivos do que negativos.


SAESP: Como a Era Digital está alterando o modo que os conhecimentos na Anestesiologia são transmitidos?

Dra. Roseny:  Quando eu olho, por exemplo, as gerações mais novas de Residentes, percebo que existe aplicativo para tudo! Eles calculam desde quantidade de droga ativa até algoritmos de tomada de decisões.

Cada vez mais a gente está vendo gadgets e aplicativos dentro da sala de anestesia, e não somente isso. Se eu tiver maior precisão, eu tenho maior chance de acerto. Obviamente, o ser humano tem que estar por trás para saber se a tecnologia realmente está sendo totalmente boa e totalmente ruim e se ela realmente está sendo aplicada para o doente certo.


SAESP: A senhora tem algum critério para averiguar alguma informação disponível na internet?

Dra. Roseny: Eu diria que esse é o ponto mais nevrálgico dessa entrevista. Eu sou o tipo de pessoa que gosta e usa tecnologia. Eu adoro internet e redes sociais, e eu a uso para buscar o que as pessoas estão falando, não só em ciência, mas também em música, arte e cultura. É importante conhecer, e garantir o “selo de qualidade” de sua fonte. Eu crei esse compromisso comigo mesmo, porque tem muita gente vendendo cursos, produtos, etc, na internet, sem nenhum tipo de “selo de qualidade”, sem nenhuma chancela de seriedade e de conhecimento. Você percebe que a pessoa está ali para vender. E às vezes é um profissional menos experiente, de uma pós-graduação a um restaurante, seja lá o que for. Você tem que buscar a base científica de tudo.

Às vezes uma linda apresentação não tem embasamento científico de uma instituição séria ou Sociedade! Isso é muito perigoso. A dica que eu dou é: toda vez que você for pesquisar algo para se informar, seja ciência ou não ciência, busque a motivação que está por trás da empresa/pessoa que oferece o produto. Agora, no que se refere à Ciência e Anestesiologia, busque por profissionais que tenham referências sólidas, e se o que está sendo ensinado é verídico e fundamentado em ciência e baseada em evidências. Eu sempre brinco nas minhas aulas, eu não quero só saber de um artigo que saiu uma revista de fofoca, eu quero saber de um artigo que saiu de uma revista conceituada e que é chancelado internacionalmente. Aí sim, eu posso ter uma maior confiança, maior grau de confiabilidade do que está sendo passado. 

SAESP: O ensino tradicional ainda entrega valor nesse meio digital?

Dra. Roseny: Eu não acho que a gente tem que “superar”. Eu prezo o tradicional. Eu trabalho em uma instituição altamente tradicional, mas que também soube inovar, que também soube olhar para o novo e agregar a tecnologia ao tradicional. Eu acho que a gente não tem que ter uma visão maniqueísta da vida.

Precisamos sempre nos reinventar com base científica. Então eu vejo o digital e sua introdução no tradicional como algo muito positivo. Me recordo de minha faculdade e residência, e penso que agora é muito mais lúdico e veloz. Eu capto informação mais rápido e busco com mais celeridade. A tecnologia nos permite uma nova perspectiva de aprendizado no ensino.

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